"Além de trabalhar pela recuperação florestal o trabalho do Arboretum incentiva as comunidades a verem as florestas com outros olhos, a contemplar melhor o que a natureza proporciona. Sem falar dos conhecimentos adquiridos por meio das pessoas experientes que visitam a comunidade e as oportunidades que o Arboretum proporciona, além da capacitação e orientação."
Plínio e Rosilda, Associação Córrego do Artur, 18 novembro de 2016.
O Juçara possui 8 coletores, equilibrado e diverso, composto por jovens, adultos, mateiros, homens e mulheres. A sinergia na equipe, a unidade e a constância, refletem em bons resultados nos trabalhos.
A coleta de sementes é realizada seguindo-se o procedimento de marcação e registro da matriz e conta com a parceria da FLONA do Rio Preto. A marcação das matrizes e a coleta de sementes, seguem todos os procedimentos adequados de registro, de segurança e de sustentabilidade.
O Núcleo foi denominado Juçara, em referência à uma variedade cespitosa de Juçara (Euterpe edulis), de importância ecológica e econômica, característica do território da Hileia Baiana.
A Comunidade Córrego do Artur, nas palavras da comunidade:
"Foi criada por volta de 1954. Era tudo mata fechada, foram desbravando até tomar posse, depois foram chegando mais pessoas. O clima era bom para produção, o solo era fértil naturalmente, água em abundância. Havia também muitos animais e árvores de grande porte.
O principal meio de sobrevivência na época era a caça e a pesca. O desmatamento ia muito além do que era tirado para construir na roça. Vinham pessoas de fora, empresas madeireiras e com o decorrer dos anos foram desaparecendo alguns animais e árvores. O solo passou a necessitar de adubação química para produção agrícola, as águas começaram a diminuir e a população a sofrer com as consequências do mau uso da natureza dos anos anteriores.Atualmente no entorno da comunidade há monocultura do eucalipto e da cana de açúcar de empresas vizinhas.
A Floresta Nacional do Rio Preto é vizinha e parceira da Comunidade e confere total apoio aos trabalhos desenvolvidos.
Atualmente vivem na comunidade 33 famílias, e a principal fonte de renda provém da atividade agropecuária de base familiar e coleta de sementes florestais. A comunidade é organizada por meio da Associação de Agricultura Familiar da Comunidade do Córrego do Artur, fundada em 2002.
Ainda com o objetivo de melhorar a comercialização dos produtos dos agricultores familiares e reduzir o êxodo dos jovens da comunidade que buscam por empregos formais nas indústiras da região, foi organizado um grupo de mulheres para gerar renda alternativa com a fabricação de alimentos. O grupo de mulheres tem habilidade em panificados, doces, geleias, conserva, vinhos, farinha de mandioca e povilho.
Com perspectivas de novos mercados, procura-se aperfeiçoar os de padrões de qualidade, buscando inovações principalmente com utilização de frutos nativos da mata atlântica, visando futuramente apresentar ao mercado um produto diferenciado."
