A cobertura vegetal predominantemente florestal do Bioma Mata Atlântica ocupava originalmente a maior parte da região costeira do Brasil. Atualmente, o Bioma está entre as áreas do planeta que mais sofreram com a perda dos ambientes naturais pelo desmatamento. A Mata Atlântica apresenta, também por isso, um enorme número de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção, o que a torna um ecossistema com maior prioridade de ações para a conservação e restauração de sua biodiversidade.
Exatamente no centro do Bioma Mata Atlântica, entre o Sul do estado da Bahia e o Norte do estado do Espírito Santo, é encontrada uma floresta das mais relevantes e significativas para a conservação, a Floresta dos Tabuleiros Costeiros, que ocorre de Pernambuco até o Estado do Rio de Janeiro, mas a sua área imponente está no Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo (Rizzini, 1939). A geologia chama aos sedimentos terciários correlatos à essa fitogeografia de Formação Barreiras, sendo a mesma da Bacia Amazônica (Rizzini, 1939).
A região assemelha-se a Amazônia pelo clima constantemente quente e úmido, terreno predominantemente arenoso, árvores de grande porte, floresta densa e pelas espécies comuns aos dois biomas. Essa floresta, por esta similaridade com a Floresta Amazônica, foi denominada de Hileia Baiana, por Dárdano de Andrade-Lima. A região possui tanto áreas preservadas com espécimes arbóreas centenárias, assim como áreas que foram quase totalmente desmatadas numa história recente (décadas de 50 a 80), sendo o último território florestal atlântico a ser “desbravado”.